Estoque terceiros
Para um efetivo controle de estoque, o usuário deve ter claramente a diferença entre estoque próprio(Também tratado como Movimentos Convencionais) e terceiros: 1) Todas as operações onde não há movimentação de produtos(Notas fiscais complementares, Transferência de crédito Imposto, etc) são definidas como Movimentos Convencionais e não devem movimentar estoque interno; 2) Todas as operações onde há movimentação de produtos (Notas fiscais de venda por exemplo), onde o produto não é mais de posse da empresa são definidas como Movimentos Convencionais e devem movimentar estoque interno. 3) Todas as operações onde há movimentação de produtos (Notas fiscais de envio para industrialização, Remessa para conserto, demonstração), onde o produto é de posse da empresa mas temporariamente ficará em outra empresa/local são definidas como Movimentações entre terceiros.
Uma vez definido estes conceitos básicos, podemos detalhar um pouco as opções existentes no recurso 102-Natureza de operação. É nele onde está definido todos os controles de estoque suportados pelo ERP. Neste recurso são definidos todas as movimentações fiscais que a empresa pode realizar, tanto para entrada quanto para saída. Antes de falarmos dos tipos de movimentos, vale recordar sobre as "Entradas/Saídas":
- *Entrada: Usada nos recursos relativos a entrada de notas fiscais emitidas por terceiros(Outras empresas, inclui-se as filiais da empresa), onde as mesmas são lançadas através do recurso 284 - Notas Fiscais de Terceiros ou outros recursos que geram a mesma, como por exemplo 764 - Importação de notas terceiros por XML.
- *Saída: Usada na emissão de notas fiscais pela empresa, independente do tipo de estoque, ou seja, para todas as notas que são faturadas pela empresa. Utiliza-se o recurso 228-Nota Fiscal Própria.
- *Faturamento Entrada: Usado na emissão de notas fiscais pela empresa, independente do tipo de estoque, para casos específicos, onde a empresa deve retornar algum produto para seu estoque, mas o terceiro envolvido não emitiu uma nota fiscal. Muito comum em comercio, onde o consumidor final ao devolver um produto não emite nota fiscal, onde neste caso a empresa deverá emitir uma nota referenciando o documento fiscal de origem para retornar o produto ao seu estoque.
Quanto aos tipos de estoque:
- (0)- Movimentos convencionais: Para todas as operações onde não há movimento de estoque ou existe movimento de estoque onde o produto não será mais da posse da empresa. Itens 1 e 2 citados anteriormente.
- (1) Saída para terceiros: Quando há movimentação de produtos, mas o produto ainda é de posse da empresa e ficará temporariamente em posse de um terceiro.
- (2) Saída, retorno para terceiros: Quando há ou não movimentação de produtos, mas o produto é de posse de terceiros e está sendo retornado para o proprietário original.
- (3) Saída, envio por conta e Ordem: Este caso é bem específico, e não tão comum. Possui o mesmo efeito de Saída para Terceiros, mas o Mentor proporcionada a opção em separar as movimentações deste tipo de triangulação.
- (4) Entrada de Terceiros: quando a empresa recebe as mercadorias/produtos de um terceiro e que os produtos não são de sua propriedade, mas estão em sua posse;
- (5) Entrada- Envio para Terceiros por conta e Ordem: quando você recebe uma nota fiscal de uma empresa para industrialização, mas esta nota não está atrelada a mercadoria propriamente dita. Tendo o exemplo anterior, no caso a empresa B recebendo a nota faturada pela empresa A como "Saída - Envio por conta e ordem". Possui o mesmo efeito de Entrada de Terceiros, mas o Mentor proporcionada a opção em separar as movimentações deste tipo de triangulação.
- (6) Entrada- Retorno em poder de terceiros: quando você recebe a nota fiscal de retorno de uma mercadoria de sua propriedade e estava em posse de terceiros.
- (8) Entrada - Entrega futura, simples faturamento (Nota Mãe);
- (9) Entrada - Entrega futura, simples faturamento (Nota filha);
- (10) Saída- Entrega futura, simples faturamento (Nota Mãe);
- (11) Saída- Entrega futura, simples faturamento (Nota filha);
Entrega futura será tratada em outro tópico a parte.
Quando falamos de estoque de terceiros ou entrega futura, você deve ter em mente, sempre, que cada nota fiscal é um estoque separado e assim deve ser controlado nota a nota fiscal. Lembre-se também que o ERP controla tanto você enviando mercadorias, como se você por outro lado estivesse-as recebendo como sendo de terceiros. No caso de terceiros, ainda podemos afirmar que tudo que é enviado, um dia deve ser retornado. Logo as movimentações devem casar e fechar. Por outro lado, no caso de entrega futura, a quantidade e valores enviados na nota mãe, devem fechar com as notas filhas enviadas.
Sendo assim fica evidente e deve ser verificado e recusado, caso as notas fiscais forem divergentes no valor da operação. Se foi enviado um produto com valor R$10,00, ele deve ser retornado na nota de retorno a R$10,00, senão a operação contábil e financeira não irão fechar. Como a quantidade do retorno pode ser realizada parcialmente, pode-se emitir diversas notas de retorno, variando a quantidade, mas a soma de todas elas não podem ultrapassar a quantidade da nota fiscal principal.
Dentro das movimentações de terceiros, ainda existem classificações quanto a movimentação. Cada classificação existe para facilitar o filtro do relatório e separar as movimentações. Ainda, cada tipo de movimentação possui um prazo para finalização, nde após pode sr cobrado multas:
- (0)- Industrialização
- (1)- Conserto
- (2)- Demonstração
- (3)- Pesagem
- (4)- Comodato
- (5)- Exposição
- (6)- Beneficiamento
- (7)- Fornecimento de serviços fora do estabelecimento
- (8)- Entrega Futura
Para verificação de Saldos e Movimentações deve-se verificar os relatórios 300 - Inventário Estoque Terceiros e 301 - Listagem Razão Analítico Estoque Terceiros.
Controle interno - Estoque de Terceiros
O controle de estoque de terceiros fiscalmente e contabilmente se dá apenas através de notas fiscais. Porém, as vezes se torna necessário, principalmente em industrializações, controlar o estoque de terceiros internamente, de forma gerencial. O Mentor proporciona este controle, que não pode representar impactos fiscais/contábeis na empresa, sendo apenas para facilitar o controle interno. Para garantir que este controle ocorra desta forma, sem impactar o fiscal e contábil da empresa, deve-se tomar algumas precauções:
- Deve-se criar um ou mais Centros de Estocagem no recurso 805 - Centros de estocagem e marcar a opção como sendo de terceiros. O sistema irá solicitar o parceiro.
- Deve-se informar nas notas fiscais de entrada, onde o produto é de terceiros, obrigatoriamente um dos centros de estocagem criados anteriormente. Se for informado um Centro de estocagem próprio, o sistema irá contabilizar como estoque próprio, o que neste caso fiscal é incorreto!
Além disso, deve-se marcar no recurso 103 - Modelo Fiscal correspondente, para movimentar estoque como "Sim". A partir de então o ERP já sabe que o estoque é de terceiros, e qualquer operação de requisição por exemplo, não será contabilizada, e o valor de custo relativo ao produto não será contabilizado no custo do produto final a ser produzido. Tenha em mente que este controle é totalmente independente do controle de estoque de terceiros, citado anteriormente. Ou seja as movimentações de um não impactam no outro. Logo, caso requisite todo o saldo de um produto neste centro de estoque não impacta no saldo da nota a retornar. Por outro lado, o retorno total da nota fiscal não zerar o saldo deste centro de estoque.
Para verificação de saldo e movimentações quanto ao controle interno, deve-se verificar os relatórios tradicionais de estoque e marcar a opção de Terceiros ao contrário da opção de estoque próprio, como 297 - Inventário, 298 - Razão Analítico e 793 - Movimento de produtos.
Veja também